janeiro 22, 2014

Exposição “Bustos e cabeças” em Vila Nova da Barquinha


Local da Exposição: Galeria do Parque - Edifício dos Paços do Concelho
Horário:
Quarta, quinta e sexta-feira das 11:00 às 13:00 e das 14:00 às 18:00
Sábado e domingo das 14:00 às 19:00
Encerra à segunda e terça-feira

Entrada gratuita
 

“Bustos e cabeças” de Rui Sanches na Barquinha



"BUSTOS E CABEÇAS "(desenhos e esculturas) é uma exposição de Rui Sanches, um dos mais importantes escultores e desenhadores revelados nos anos 80 do século passado, que vai estar patente ao público na Galeria do Parque, em Vila Nova da Barquinha, entre 8 de Fevereiro e 25 de maio de 2014.


Com comissariado de João Pinharanda, esta exposição mantém a continuidade de colaboração da Fundação EDP com o Município de Vila Nova da Barquinha na programação da Galeria do Parque.

A exposição, constando de desenhos, mas principalmente de esculturas de interior, como que anuncia a próxima presença de uma obra pública da autoria de Sanches, cuja construção está prevista acompanhar a reabilitação do castelo do Almourol, acrescentando-se assim mais uma significativa peça ao Parque de Escultura Contemporânea Almourol.

Citam-se de seguida alguns excertos do texto do catálogo, da autoria do comissário da mostra. 



 "A selecção de peças desta exposição isola um tema recorrente na obra de Rui Sanches. (...)  "O tema dos Bustos e Cabeças recorre a uma vasta tradição histórica, ancorada na Antiguidade Clássica e nunca abandonada nos tempos criativos posteriores." "Como tema cultural, os bustos e as cabeças resultam do generalizado interesse pela representação humana (...) ou pela humanização da representação divina (...). "Rui Sanches refere esta longa tradição. Porém, de modo algum podemos falar de retrato na sua obra". (...) "Negando todo o realismo ou naturalismo e todo o idealismo o trabalho de Rui Sanches garante-se numa dimensão abstractizante, estrutural e formal."

As suas esculturas vivem de uma forte tensão plástica e dramatismo discursivo. Esta tensão dramática advém dos vários caminhos tomados. Advém dos jogos de duplicação das cabeças (...) e da associação das cabeças com outras formas (...); advém da associação dos múltiplos materiais (bronzes, contraplacados, espelhos, ferro, por exemplo) usados numa mesma obra; advém da propositada indecisão de escala e estatuto das peças (...); finalmente, advém do modo como as obras se desconstroem dentro de si mesmas.

(...)


"No caso das esculturas apresentadas, uma única resulta de encomenda com vocação celebrativa, introduzindo assim uma dimensão simbólica que se nega nas restantes peças. Em 2010, centenário da implantação da República portuguesa, Rui Sanches criou uma nova representação dessa figura simbólica da retórica revolucionária republicana. (...) Todas as outras peças apresentadas podem ter sido vistas como anti-monumentos. Pensadas ou não como maquetas de peças maiores, a todas cabe questionar, desde seu interior, a pertinência da vocação comemorativa e celebrativa da escultura, as possibilidades actuais da representação figurativa, as suas modalidades de relação com a abstracção."

(...)

"Perante a possibilidade de exaltação da memória e do heroísmo, Rui Sanches prefere o anonimato e a desconstrução. (...) Sanches está, simultaneamente, a assinalar e a integrar o discurso anti-monumental da arte contemporânea, a revelar as fontes do seu niilismo, a negar a ilustração como destino para a arte actual e a afirmar a sua exigente vocação intelectual e democrática."

João Pinharanda




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